E essa tendência (parece que é moda, né?) de nos definirmos baseados no que odiamos?? Faz um teste, abre a sua timeline aí, da sua rede social favorita. Tem mais posts falando das coisas que você ama ou das que você odeia?
Desgostar faz parte. Odiar, talvez. Mas pensa aí, se não seria legal, só pra variar, aproveitar seus dias pra mostrar ao mundo as coisas que te agradam, que te fazem bem, seus sucessos e os sucessos de quem você gosta?
O trecho acima é um post feito no meu Facebook, do ano passado. E a ideia para ele surgiu de uma observação muito fácil de se fazer – e você mesmo pode replicar o teste, agora mesmo:
Abra sua rede social favorita e comece a rolar a página. E vá contando 100 publicações, ignorando os anúncios que aparecerem.
Destas 100 publicações, quantas são reclamações, xingamentos, repúdias ou qualquer tipo de texto, vídeo ou imagem contrário a algo?
E quantas são publicações positivas, exaltando algo que o autor se identifique ou goste?
Pois bem. Você entendeu meu ponto.
Não, não estou dizendo que devemos fingir que a vida é um mar de rosas, e que não há nada a reclamar neste mundo. Muito pelo contrário, todos sabemos de quantas coisas não andam bem da forma que nós gostaríamos, não é?
Se formos buscar na filosofia, na psicologia, na religião, no esoterismo e até em áreas da física, química e medicina, existe uma quase-unanimidade a respeito dos benefícios do pensamento positivo (motivador, causador de alegria), e dos malefícios de pensamentos negativos (destrutivos, condescendentes). Mas eu não vou entrar em nenhum destes méritos.
Meu conselho de hoje é uma simples questão prática. Real. Uma abordagem direta, na tentativa de te fazer enxergar que pensar negativamente não compensa. Escrever, menos ainda.
Vamos aos fatos:
Com vocês, Rebecca Black.
It’s friday, friday…
Talvez você se lembre, talvez não, mas esta menina, Rebecca, lá no remoto passado de 2011, foi um “fenômeno da internet” (na falta de um termo melhor).
Aos 13 anos, Rebecca ganhou de sua mãe a produção de um clipe, de uma música chamada “Friday”.
Era a realização do sonho da menina, ter uma música gravada, um clipe com seus amigos… coisa de adolescente, né? 😉
O clipe foi lançado em 11 de Fevereiro 2011, e no primeiro mês teve pouco mais de mil visualizações no YouTube – os amigos e contatos da Rebecca, provavelmente.
Mas logo depois, ele quebrou um recorde. E outro recorde. E mais um.. um atrás do outro.
Em 11 de março, um mês depois, alguém que assistiu o clipe e não gostou.
Sei lá se foi pela composição sem muito sentido, pela produção barata, o pelo excesso de auto-tune, e resolveu postar sua indignação em um canal de piadas.
Mais gente não curtiu, e começou a compartilhar o vídeo, tirando sarro das mais variadas formas. Paródias começaram a ser feitas, e o vídeo quebrou o recorde em “não gostei” do YouTube.
De uma semana pra outra, Friday virou “o vídeo mais odiado da história”, com mais de dois milhões de “dislikes”, em suas mais de 114 milhões de visualizações (não perca de vista que o clipe era apenas o inocente presente de aniversário de uma menina de 13 anos, ok?).
Hoje, em 2018, Rebecca está com 21 anos.
E você deve imaginar que o episódio foi um grande trauma na vida da menina, certo? Provavelmente ela ainda não se recuperou do tamanho cyber-bullying e da vergonha por todo o episódio.
Só que não.
Duas semanas depois da explosão de haters, a música recebia resenhas de publicações importantíssimas, como a Rolling Stone, e um mês depois foi disponibilizado para venda no iTunes, com mais de 40.000 cópias vendidas na primeira semana – o que rendeu à Rebecca mais ou menos uns 27 mil dólares, e continuou rendendo algo em torno disso, semana após semana, por mais de um ano.
VINTE E SETE MIL DÓLARES POR SEMANA
(por esse preço, pode me odiar a vontade)
Hoje, Rebecca já participou de programas da TV americana, como atriz. Foi entrevistada mais de uma vez pela própria Rolling Stone, participou do clipe da Katy Perry, lançou disco, e é uma YouTuber com mais de 1 milhão de inscritos em seu canal.
Rebecca, aos 21, antes de ir pra cerimônia do Billboard Music Awards
Segundo ela mesma: “estou vivendo meu sonho”.
O tiro saiu pela culatra
Sabe quem realizou o sonho de Rebecca? Adivinha quem??
Todos aqueles que não gostaram do seu clipe. Que puseram força e energia para expôr “tamanho ridículo”, dizendo que a menina não sabia cantar, atuar, ou seja lá do que reclamavam.
Quer um exemplo? Dá uma olhada nestas “10 razões para odiar Rebecca Black”: https://www.thetoptens.com/reasons-hate-rebecca-black/
E isso acontece todo dia.
Se você conhece um rapazinho chamado “Justin Bieber”, pode procurar pela história dele, e vai ver que grande parte do sucesso de seu primeiro single vem justamente de quem não gostava dele (9 milhões de “não gostei”).
Quase dois bilhões de pessoas viram este vídeo. E tudo começou com os que odiaram…
Quer outro exemplo? Um tal de “Donald Trump”, que resolveu se candidatar à presidência do país mais poderoso do mundo, e virou alvo de chacotas por parte da mídia, apresentadores, atores e atrizes. E parece que o jogo virou, não é, queridinha?
Aliás, o próximo presidente do Brasil pode ser eleito por culpa de quem o odeia, sabia??
Entende onde eu quero chegar?
Propagar sua raiva, indignação ou seu desgosto por algo simplesmente NÃO ADIANTA NADA.
Aliás, adianta, sim. Você vai ajudar mais alguém a ter contato com aquilo que você não gosta, e correr o risco de gostar, passar a amar, e mostrar para mais 100 pessoas que vão, igualmente, amar. Vai adiantar muito.
Quer um exemplo local? Brazuca? Eu deixo este vídeo pra você assistir: http://bit.ly/outfithaters
Com certeza você ficou sabendo do vídeo “Quanto custa o Outfit“, né?.
Me conta aí: foi por alguém que gostou do vídeo ou por alguém que odiou?
Entendeu meu ponto, né?
Que tal, então, você começar a propagar aquilo que você ama, e simplesmente ignorar o que odeia?
Ciência à parte… é só uma questão de lógica.
Um abraço!
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